quarta-feira, 15 de julho de 2009

Eu derreti e depois congelei

E aconteceu rápido demais

Parti meu coração em pedaços de razoável paixão e emprestei para quem quisesse

Ninguém devolveu, sequer, os restos

Busquei desesperadamente toda parte que faltava

Corri bocas e corpos, estendi as mãos

Procurei beijos nos rostos e dei minha alma neles

Em vão, troquei sentimentos por pensamentos

Quando a sobriedade sufocou qualquer hesitação

Quando a ebriedade hesitou qualquer comoção

Eu derreti e depois congelei.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Nunca se sujou por tão pouco e, mesmo assim, foi capaz de eternizar seus momentos com uma sutileza nunca vista antes. Começando pelo fim, tomou posse de todos os fôlegos de um cômodo e fez os olhares convergirem para o incomum tão igual a todos nós. Havia o desespero e havia a cobiça. Não podia sair daquele lugar com parte do corpo de alguém, mas arrancou qualquer integridade que um dia chegou a existir. Sem que pudessem impedir o estrago, tomou para si o que haviam tido como espontaneidade. Lembrou de esquecer os anseios para, enfim, ter o inédito experimentado, os sabores das cores e a coragem de abrir as cortinas.