quarta-feira, 24 de março de 2010

É gratificante e constrangedor saber que aquilo que você mais gosta está sendo exposto de uma forma impulsiva. Mas é assim, se não quer se mostrar, então não coloque o rosto para fora da janela. Poderia facilmente enterrar as confissões sob um punhado de vergonha até que, algum dia, resolvam remexer no tortuoso. Estranho, mas óbvio que não surpreende. Só que eu juro que isso arranca mais de mim do que deveria. E o pior é que não chega a ser digno, mas é verdadeiro, é de alguma parte daqui que eu desconheço. Uma espécie de dor que eu gosto tanto que chego a tratá-la bem. Talvez ainda não tenha percebido, mas eu não deixei a porta escancarada por acaso... Deixei para que você possa entrar devagar sem que eu perceba, e para que você possa sair também.

2 comentários:

Unknown disse...

Agrada-me a maneira como expõe a introspecção. Porque por mais que falhe a compreensão do leitor, não deixa de ser aprazível a leitura.

Unknown disse...

Não é ceu


Não é céu sobre nós
Dele essa noite não veio
E muito menos vai o dia chegar

Se chegar, não é sol
Quem sabe a luz de um cigarro
Que desaba do vigésimo andar

É fogo, mora
Deixa essa brasa descer lá fora
Deixa o mundo todo queimar

É cedo, cedo
Fica comigo, me abraça
Que calor melhor a rua não dá

Não é céu sobre nós
Se fosse o céu que se conta
Não seria a ponta acesa a brilhar

Se brilhou, não é sol
Se fosse o sol desabando
Nem meu quarto ia poder te salvar

É fogo, mora
Gente na brasa a gritar lá fora
Só nos falta Nero cantar

É cedo, cedo
Fica comigo, me abraça
Que calor melhor a rua não dá

Não é céu sobre nós
Não vimos noite passando
E essa luz não fez o galo cantar

Se cantou, não é sol
Dia nascendo normal
A gente acorda e não costuma gritar

É fogo, mora
Deixa essa brasa sumir lá fora
Deixa o galo nos acordar

É cedo, cedo
Fica comigo, me abraça
Que calor melhor a rua não dá

Vitor Ramil

essa é uma música forte, achei parecida com o sentimento que emana desse post.